No mundo esportivo, a discussão sobre o desempenho entre atletas trans e cis é um tema em destaque. Afinal, será que existem diferenças significativas ou estamos lidando com mitos? Uma pesquisa recente mergulhou nesse debate de cabeça e trouxe alguns insights inovadores sobre o assunto.
Dentro das quadras e campos, atletas trans (aqueles que se identificam com gênero diferente do atribuído ao nascimento) muitas vezes enfrentam desafios além do jogo: a transfobia. E com poucos estudos detalhando o desempenho físico desses atletas em relação aos competidores cis (aqueles que se identificam com o gênero atribuído ao nascimento), muitos mitos surgem.
Mas vamos direto ao ponto: um estudo inédito realizado pelo Centro Universitário São Camilo (em São Paulo) e publicado no British Journal of Sport of Medicine analisou o desempenho de mulheres trans atletas amadoras de vôlei, comparando-as com atletas cis.
Conduzido pelo pesquisador Leonardo Alvares, o estudo mergulhou fundo para descobrir se mulheres que nasceram com um gênero diferente apresentam alguma vantagem esportiva sobre as mulheres cisgênero. O que eles encontraram? Um mergulho profundo nas capacidades de salto, força, saúde cardíaca, nutrição e até mesmo nos aspectos psicológicos das atletas transgênero. E isso não é tudo, eles também consideraram o impacto dos hormônios nesse cenário. O estudo analisou 15 mulheres transgênero, 13 mulheres cisgênero e 14 homens cisgênero. Surpreendentemente, mulheres trans e cis da mesma altura mostraram índices de massa muscular semelhantes, ambos menores que os homens cis. Em relação à capacidade aeróbica, as mulheres transgênero se destacaram um pouco em comparação com as mulheres cis. Mas olha só, durante a atividade física, não houve diferença significativa na força e no consumo de oxigênio entre as mulheres trans e cis. E o desempenho? Foi inferior ao dos homens cis. Mas a pesquisa não para por aí. Ela também jogou luz sobre o aspecto psicológico, revelando que as atletas trans frequentemente se sentem excluídas e enfrentam o preconceito dentro do esporte. A relevância disso tudo? É enorme!
O estudo trouxe informações valiosas sobre o desempenho das atletas trans, mas ainda há pouca pesquisa nessa área. Para Leonardo Alvares, é necessário mais estudo específico, considerando diferentes esportes e a idade em que se iniciou a terapia hormonal. E o que isso significa para as competições esportivas? Bem, a resposta não é simples. Depende do esporte e do tempo de transição de gênero. Segundo especialistas, é crucial uma análise cuidadosa para garantir a justiça no jogo.
No final das contas, o que se destaca é a importância de equilibrar inclusão e competitividade no mundo esportivo. E quem sabe, no futuro, as modalidades esportivas possam criar subdivisões para abraçar a diversidade de atletas que existem. Vamos ficar de olho nesse debate em constante evolução, porque, afinal, o esporte é para todos e merece um jogo justo e inclusivo!